O mineiro Heberth Sobral sonhava jogar futebol, mas uma epifania o fez concluir: “É… não deu!” e singrou novo rumo.
A bola dividia seu interesse com a arte. Estudou desenho industrial, história da arte, desenho técnico, figura humana e criação artística. Ao cursar “Produzir – Ver – Pensar”, na Escola de Artes Visuais do Parque Lage, conseguiu uma oportunidade singular: trabalhar como assistente de Vik Muniz. A partir daí, sonhou outros sonhos.
Da experiência, brotam projetos com azulejos, pinturas, desenhos, cédulas, xilogravuras e bonecos inteiros ou desmembrados, na construção de uma linguagem voltada para a representação das memórias cotidianas, que abordam temas de comportamentos, pensamentos e atos constituintes de uma cultura.
Seu repertório imagético inclui o equilíbrio geométrico do construtivismo russo, o colorido das pinturas africanas, o simbolismo de Rubem Valentim e a engenharia reversa de bonecos Playmobil – criados com base na filosofia da busca por formas e linhas mais simples da Bauhaus –, um produto que se valeu da arte, que agora se serve do produto.
O Projeto Pregão da série Ações propõe uma reflexão sobre as similaridades entre o mercado de arte e o financeiro. A provocação traz algo presente na vida de todos e atrai o expectador para dentro da obra através da identificação inconsciente dos fragmentos de lembranças banais.
75 quadros de 30 x 40 cm em tinta acrílica que, sob o aspecto de beleza plástica e sentimento lúdico, estabelecem um paralelo inusitado com a Bolsa de Valores. Cada uma das frações representa uma “Ação”.
Da mesma forma que uma empresa se abre ao público para investir o capital dos acionistas em sua produção, Heberth Sobral oferece sua obra como em uma IPO (oferta pública inicial de ações), para reaplicar em seus trabalhos.
