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A NATUREZA DE CADA UM

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Christiane Laclau

Fundadora da Artmotiv

A natureza está no centro dos debates contemporâneos. As questões climáticas e ecológicas nos pedem um olhar transformado para os recursos naturais, a fauna e a flora. Como a arte reage a essa urgência? Um caminho possível é redimensionar a escala planetária para a individual e ensaiar estratégias sobre a subjetividade. Assim, A natureza de cada um reúne sete artistas que, por meio de diversas linguagens e técnicas, respondem à pergunta: qual é a sua natureza?

Nas paisagens de Esther Bonder, há uma operação intensa entre cores e camadas de luz, como um convite para dentro de seus traços que tensionam uma agitação própria em cada vegetação, anunciando inquietações internas. Alice e Gabi, as Irmãs Gelli, tomam o branco do algodão como pigmento. Enquanto matéria, a maleabilidade, a textura e a trama, entre curvas e linhas, evocam trocas e encontros. As pinturas sensoriais de Alberto Saraiva mesclam diálogos com a história da arte e paisagens naturais. Convivem Van Gogh e pitangueiras. O resultado é um estado onírico, sugestivo de outras realidades possíveis. Andréa Lins cria um jardim particular imaginário, enquanto renova a tradição do azulejo. Suas colagens inventam seres híbridos – árvores, monstros -, em cores quentes que remetem às altas temperaturas dos sertões.

A fertilidade e a origem da vida são tratadas por Marina Ribas, cuja pesquisa dedica-se à iconicidade do ovo e ao simbolismo do endométrio. As densas camadas monocromáticas, do branco ao cru, plasmam um ar convulsivo de vida em formação. Já os desenhos de Maria Gabriela Rodrigues, artista de traços arrojados, sugerem associações entre as formas de pássaros e peixes. Lado a lado, nos recordam a reciprocidade cíclica de um servir como alimento ao outro. Para André Sheik, a natureza humana pode ser a condição de mutação. Sua obra traz pequenos objetos que soam como joias, mas são feitos de barro. São pintados com tinta originada de rochas que nascem do encontro da água doce com a salgada.

Na diversidade da prática desses artistas encontramos um panorama de como a natureza é sentida, imaginada e reverberada pela produção contemporânea. Habitualmente pensada como uma mesma para todos, a exposição mostra que a natureza é uma experiência única, de cada um.

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