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MÁQUINA DO TÊNIS

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Christiane Laclau

Fundadora da Artmotiv

Ao longo do século XX, os movimentos artísticos não pararam de produzir combinações inesperadas e desconcertantes de imagens, símbolos e universos que costumamos considerar díspares, ou, ao menos, distantes. Os procedimentos da colagem e da assemblage realizados, por exemplo, por artistas ligados ao dadaísmo, desafiaram as regras do jogo. Raimundo Rodriguez é tanto um herdeiro dessa prática, quanto um agitador cultural que tem a arte popular brasileira como matéria-prima. Agora, ele acrescenta um novo ingrediente ao seu caldeirão: Máquina do Tênis relaciona a história da arte e sua desconstrução com o jogo de tênis – tudo isso dentro de um centro de compras, o Shopping Leblon.

Conhecido por levar sua visão artística para a dramaturgia televisiva, construindo os ambientes de obras de Luiz Fernando Carvalho, como “Hoje é dia de Maria”, “A Pedra do Reino” e “Velho Chico”, Raimundo Rodriguez tem um interesse especial pela arte cinética. Para a proposta do ArtWall, ele investiu na pesquisa sobre a noção de movimento que desafia as convenções da visão e começou por uma aquarela do pintor Francis Picabia que, na primeira metade do século XX, esteve envolvido com o dadaísmo, o cubismo e o surrealismo.

No maquinário pictórico de Picabia, Rodriguez enxergou bolas de tênis. Girou a aquarela, levando-a de sua orientação original na vertical para a horizontal. Em seguida, decompôs as suas partes que foram sobrepostas a uma pintura. Esta última, por sua vez, indica uma quadra de tênis. Agora, os círculos da pintura de Picabia estão em movimento, como bolas girando no ar –sua obra é um conjunto estranho e maravilhoso que surpreende, encanta, questiona e renova o nosso olhar.

Máquina do Tênis constrói um agregado bem-humorado e vistoso, uma instalação-somatório de diversos movimentos artísticos, ressignificados pelas contribuições de Rodriguez – como a quadra de tênis que comemora o aniversário de 10 anos do torneio de tênis Rio Open, parceiros do ArtWall desde a primeira edição. Autor do cavalo robótico da comissão de frente da Beija-Flor de Nilópolis e um dos fundadores do Imaginário Periférico, grupo que chegou a reunir mais de 500 artistas para fazer arte em lugares urbanos menos visibilizados, Raimundo Rodriguez gosta de estar junto, de criar a partir dos encontros, provocando convivências entre os diferentes.

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